domingo, 11 de dezembro de 2011

Capitulo um - Continuação

O sol invadiu o quarto trazendo-o seu aconchego e seu calor, fazendo-me despertar da mais dura rocha, – sim, eu adormecera no chão – diferente da manhã anterior o dia parecia sorrir, parecia estar vivo, e me fazia acordar animada, não entendia o porquê, mas o calor era algo que me revivia dia após dia, acendendo em mim uma luz no qual me guiaria durante o dia mesmo com o clarão natural. Levantei-me e como de costume olhei para o relógio, eram exatamente 6h15, espreguicei-me e peguei o violão, sentei-me ao chão e comecei a cantarolar: “Quem me dera ao menos uma vez, que o mais simples fosse visto como o mais importante, mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente...”, e assim fiquei ali sentada, a manhã ia acordando à tarde ensolarada e eu com o violão em mãos dedilhando as cordas, de uma nota para a outra assim formando uma peça...
Outra manhã e o mesmo quarto, o mesmo violão, as mesmas partituras, os mesmos livros, a mesma pessoa opaca, porém um brilho diferente invadia o quarto rotineiro, mas um dia de sol, mais um dia de brilho, seria o mesmo sol de ontem se eu fosse à mesma pessoa dos dias anteriores, mas não sou! Aquele brilho que invadia o meu quarto não vinha de fora, vinha de mim, era uma disposição que me fazia dançar, ou melhor, tentar dançar, levantei-me da cama, liguei o radio e sai girando até o banheiro, e foi então que percebi a música que tocara no momento: “Vamos fugir! Deste lugar baby! Vamos fugir, to cansado de esperar que você me carregue...”, e logo reconheci a voz do Samuel, vocalista e guitarrista do Skank, fazia tempo que não ouvia a banda, uma banda que fez parte da minha infância, do meu radinho de pilha velho, meu mp3 quebrado, e agora eu ali no banheiro dançando ao som deles novamente.  Aumentei o som e desci até a sala, minha mãe estava arrumando uns quadros na parede, nem notara minha presença, passei por ela sem tirar sua concentração e fui para a cozinha, ao invés de um café peguei um suco de laranja, assim quebrando a rotina, voltei à sala e vi minha mãe contemplando um quadro, ou melhor, uma foto antiga, me aproximei e vi, era uma foto minha quando tinha mais ou menos 13 anos de idade, estava sentada ao chão da sala e em minhas mãos tinha um violão, -sim, meu primeiro violão- foi dês de então que comecei a tocar violão erudito, e a paixão pelo instrumento foi crescendo e crescendo e agora estou a um dia de realizar um grande sonho, olhei para minha mãe que tinha lagrimas nos olhos e a abracei, um abraço de gratidão, gratidão pelo o apoio que todos esses anos ela veio me dando, afastei-me dela para olhar seu rosto e suas palavras romperam o silencio entre nós duas: “Enfim as provas! Independente do resultado você tem que sempre continuar!”, balancei a cabeça dando-lhe um positivo, e subi para o meu quarto, desliguei o som e peguei o violão, abracei-o e lagrimas corriam em meu rosto, estava com medo de desapontar minha mãe, mais medo ainda de desapontar-me. Fiquei o resto da tarde com o violão em mãos, tocava uma peça do Bach e passava para um estudo do Villa Lobos, e logo enjoava e arriscava um popular, indo e vindo de uma peça a outra.
A noite acordou clara, a lua no auge do seu esplendor e as estrelas contemplava-na, o violão fora parar dentro do case (estojo) e meus olhos vagavam pelos livros, uma ultima leitura, uma ultima noite de lua cheia, ou melhor, uma ultima noite de sol! E amanhã seria dia novamente, sem ela, sem a lua e virá o sol, a noite cairá e o escuro virá, e o sol sumirá, e amanhã será dia, mais um dia, ou melhor, o grande dia.

Fim do primeiro capitulo, logo será postado o segundo capitulo. Obs: O blog ainda não foi passado por uma revisão ortográfica, peço-lhes paciência com quais quer erros encontrados.

sábado, 26 de novembro de 2011

Capitulo um

Desciam gotas geladas de suor em minha testa quente, misturando-se ao ar gelado da noite de inverno... Estava cansada e ofegante de correr sem rumo, sem enxergar para onde ir... O ar parecia rasgar meus pulmões, eu queria parar para descansar, mas não conseguia, tinha de correr o mais rápido possível... Se não seria tarde de mais... Meus pés nus pareciam flutuar diante ao chão molhado...  “Eu preciso chegar... Eu presci...” Quando de repente tudo ficou mais escuro, apagou-se, não se via mais a lua cheia no céu e nem as nuvens que a cercavam... “Não... Nã... Eu presci...” Logo o cansaço tomou conta do meu corpo, jogando-me ao chão gelado, fazendo com que minha respiração fica-se mais fraca à medida que o badalar do meu coração aumentava... E tudo se silenciou...
Ouve um clarão novamente, abri os olhos e levantei-me rapidamente, colocando-me sentada, olhei ao meu arredor e vi que fora só um pesadelo, e que eu me encontrava em meu quarto, sentada em minha cama, com a respiração acelerada e suando frio... “Fora só um pesadelo... Só um pesadelo... Mas tão real...”. Respirei fundo na tentativa de me acalmar, mas parecia em vão, estava muito confusa, com o que tinha sonhado, estava com medo... Abracei as minhas pernas e encostei a testa sobre os joelhos, fiquei imóvel por alguns minutos, e então levantei à cabeça a procura do despertador, ele marcara 07h32 da manhã, lentamente me desenrolei do meu casulo humano e encostei os pés nus na madeira fria do quarto, senti um arrepio percorrendo em meu corpo e me coloquei de pé, meus olhos vagaram lentamente sobre a fileira de livros que se encontrava sobre uma prateleira ao lado da cama, até chegarem à janela, onde se deparam com a manhã fria, sem um raio de sol, sem vida, ela estava morta... “Morta...” sussurrei comigo mesma.
Sentia-me anestesiada com aqueles pensamentos escuros, balancei a cabeça sutilmente, e encaminhei-me até o banheiro, onde fiquei em pé parada diante a um espelho grande, lentamente pus-me a encarar uma imagem fria, havia um corpo aparentemente magro, pele branca, sem vida, o rosto tinha uma palidez acentuada, as olheiras colocavam em evidencia noites sem dormir, o cabelo que há um tempo fora comprido e jeitoso, se encontrava em um Chanel curto e bagunçado, o preto dos fios contrastavam com a pele sem cor, e os olhos escuros deixavam no ar muitas duvidas, duvidas que nem eu entendia o que era... Logo o silêncio e o encanto foram quebrados pela voz angelical de minha mãe chamando-me: “Eloyza? Já esta de pé?”. A voz dela invadiu o banheiro de uma maneira suavemente e eu despertei respondendo-a: “Sim mãe, despertei depois de noites em claro...”. O encanto havia se partido, não havia mais nada para olhar, apenas um corpo insignificante, então me direcionei até o chuveiro, girei a maçaneta e lentamente a água foi caindo e molhando o meu corpo, aquecendo-o. Os meus movimentos eram lentos comparados com a minha mente que voava e fazia planos para aquela manhã morta. Girei a maçaneta com ferocidade, prendendo-a em seu casulo, peguei uma toalha branca e passei sobre o rosto e logo o cheiro de café chegou ao meu nariz, trazendo-me o prazer e a vontade, rapidamente coloquei meu moletom velho e direcionei-me até a cozinha, o cheiro ia ficando mais intenso à medida que me aproximava do local, um cheiro forte e agradável, um cheiro doce e calmante, e tão familiar, aquele cheiro passou a fazer parte das minhas noites de estudos intensivos, das melodias tocadas no meu violão, na ponta do lápis e nas folhas dos meus livros, mas naquela manhã ele parecia mais forte e mais intenso, o desejo de encostar os lábios naquele liquido quente e aromático era maior, me enlouquecia, fazia-me salivar com mais vontade. Cheguei à cozinha e vi minha mãe coando o café a moda antiga, feito a mão e na hora, sem frescuras de maquinas, inspirei inalando aquele cheiro bom e abracei minha mãe por trás, ela retribuiu com um sorriso e me passou uma caneca com café, meus olhos marejaram e eu a peguei com maior cuidado, levei-a até os lábios, e o calor aumentou fazendo meu rosto avermelhar, então aquele liquido escuro desceu pela minha garganta provocando calafrios, era delicioso, tanto o aroma, quanto o sabor e a sensação que provocava em minha casca humana.
 Após o termino do meu café da manhã, fui para o meu quarto, onde passaria a tarde estudando para os vestibulares. Aquela época de vestibulares fez com que minha vida caísse na rotina, onde o único local que eu frequentava diariamente era o meu quarto, e os únicos com quem eu falava era os meus livros, minhas partituras e meu violão. Era enlouquecedor, mas necessário, daria um replay na vida quando necessário transformando o complicado no mais simples gesto, e o impossível no possível e fácil.
A noite caíra e o cansaço estava a visitar-me, o tédio estava de passagem e a coragem já se fora embora, me encontrava largada no chão olhando para o teto, imaginando o final dessa rotina, o dia das provas, onde aconteceriam daqui três dias, estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo, não sabia ao certo que medo era aquele, mas me trazia calafrios fazendo meu corpo tremer-se todo.

Haverá continuação do primeiro capitulo. 



O blog ainda não foi revisado, então se por ventura encontrarem algum erro ortográfico, peço-lhes compreensão


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Prólogo

Nossos corpos se envolveram tornando-se um só... Um só corpo... Sua pele tão rosada, tão quente... Hoje tão fria e sem vida... Seus passos tornaram-se meus passos... Nossas sombras tão distintas e frias misturaram-se, formando a sombra de um amor quente e mágico...  A luz do palco brilhou intensamente em nossos corpos, cada qual em seu palco, mas ao mesmo tempo juntos... Juntos...